Papo de Camelô

Tô atrasadão. Num vô pegá lugar na isquina da São José com Quitanda. Ainda bem que guardei minhas parada com o safado do boteco que cobra cinqüenta real por noite. Filho da puta! Pelo menos posso corre mais rápido sem o peso das mercadoria. Aí, mermão, cadê minhas parada? Anda, porra, tô com pressa! Sô foda, meu lugar ainda tá lá! Tenho que montá a banca rapidinho. Oito horas os dotô e as madame começa a chegá pra trabalhá e num posso perde cliente. A Shayenne qué tanto colocá aquele aplique pro Carnaval. A minha tchutchuca vai abalá. Olha a bala! Olha o chiclete! Olha o chocolate! Aí, patrão, vai uma balinha pra animá a próxima reunião? Uma é dois, três é cinco. Seis? Valeu, sangue bom! Aí, Uelynton, a rapeize mi falô dum lugar chapa quente do outro lado da Poça... Pois não, tia, a senhora num qué levá chiclete pros garoto que tão em casa di férias? Ah, a tia pode pagá o dentista depois. Falô. Cumpadi, lá só dá mulhé “pê”. Bom dia, dotô! O de sempre? Bala di menta pro incontro com a amante e chocolate pra acalmá a patroa quando chegá tarde em casa? Já é! Pô, esse aí é mó mascarado. Bala, madame? Tem com açúca pra adoçá a vida e daiati pra num ingordá, mas a madame num precisa si preocupá com isso não. Então, maluco, lá só dá popozuda, porpurinada, potranca e preparada. Vamu zoá por lá amanhã?

Maria Paula

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